Mercado internacional de brinquedos
Nesta semana de comemoração do dia das crianças, iremos abordar algumas curiosidades sobre o mercado infantil, que segundo dados do Sebrae movimenta cerca de R$16 bilhões anualmente no país e vem crescendo 14% ao ano, com ênfase para esse último trimestre, que abrange tanto o dia das crianças como o natal, datas de alta temporada da categoria.
Fiscalização
Com a chegada desses feriados, a fiscalização sobre a importação e a venda de brinquedos irregulares aumenta a fim de evitar que a pirataria aumente no país, trazendo diversos malefícios para os consumidores e para a economia local como um todo. Neste ano, o Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná foram os estados com a maior quantidade de apreensões de brinquedos pela Receita Federal.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também alerta a população sobre a necessidade de atenção ao comprarem presentes, verificando a existência do selo de conformidade do órgão, que é obrigatório no país desde 1992 e qualifica o produto como original e seguro, ele é imprescindível em todos os brinquedos comercializados nacionalmente, sejam nacionais ou importados.
Brinquedo nacional ou importado?
Em dezembro do ano passado, o governo e a Camex (Câmara de Comércio Exterior) anunciaram a redução gradativa do imposto de importação de brinquedos, cuja alíquota era de 35% e deverá chegar a 20% até o final deste ano, tornando os produtos importados mais competitivos internamente e garantindo a maior competitividade no setor, visto que a redução média dos preços será de 5,4% e haverá um aumento de quase 8% na quantidade total de brinquedos comercializada no país.
A China detém quase 80% do mercado de brinquedos importados no Brasil, e outros fornecedores como Vietnã, Índia, Paquistão, Indonésia e Estados Unidos compõem o restante da lista.
No entanto, apesar da redução do imposto, a crise na logística internacional encareceu os fretes e reduziu drasticamente a quantidade de contêineres com espaços disponíveis no mercado, fazendo com que pela primeira vez em 30 anos os brinquedos brasileiros tenham mais participação nas nossas prateleiras que os importados, representando cerca de 70%, desbancando a China, nossa principal fornecedora.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) divulgou outros dados comparativos entre a indústria nacional de brinquedos e os importados, mostrando que houve uma queda de quase 50% nas importações neste ano, reflexo da crise na logística internacional e também da desvalorização da nossa moeda em relação ao dólar. Antes da pandemia, os brinquedos asiáticos correspondiam por 48% do nosso mercado, hoje eles representam em média 27%.
Observando esse cenário, as fábricas brasileiras aceleraram a produção de diversos itens para suprir a demanda interna, o levantamento da Abrinq mostra que a indústria nacional já cresceu 21% em 2021.
Iara é graduada em Relações Internacionais e Comércio Exterior. Produtora de conteúdo na página ComexLand com experiência de mercado na área comercial, de logística e importação.