A HISTÓRIA DA ZONA DO EURO
A União Europeia é hoje o bloco econômico mais avançado do mundo. Nenhuma outra zona de comércio já está tão avançada a ponto de dividir a mesma moeda. O lançamento do euro em 1 de janeiro de 1999 foi o culminar de um longo percurso iniciado algumas décadas antes, com base num pressuposto simples e evidente: num mercado comum, as trocas comerciais são mais fáceis com uma moeda comum.
Antes de chegar na comunidade que vemos atualmente, foram quase 50 anos de negociações e tomadas conjuntas de decisões, começando com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), em 1951. O carvão e o aço eram duas matérias primas muito necessárias durante a Segunda Guerra Mundial, e o acordo entre a Alemanha Ocidental, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos, fez com que a gestão dos dois produtos passasse a ser supranacional, assegurando uma paz duradoura, representando também o início do processo de integração econômica e o primeiro passo para a criação de um mercado único.
O sucesso da CECA fez com que, já em 1970, os responsáveis europeus criassem um grupo de alto nível para elaborar um relatório sobre como realizar uma união econômica e monetária (UEM) no prazo de dez anos. Em 1979 passa a existir um acordo mantendo as suas moedas de cada país do tratado dentro de um determinado intervalo de flutuação.
Novamente exitoso, o acordo deu mais um passo para a criação da moeda e do mercado únicos, que seria implementado em três etapas: livre circulação de capitais (1990); criação do IME (Instituto Monetário Europeu), responsável por todos os trabalhos preparatórios necessários para que o Banco Central Europeu possa assumir a responsabilidade pela política monetária na zona euro (1994). Em 1998 o Banco Central Europeu passa a funcionar e, finalmente, em 1999, nasce o Euro.
O Euro é a segunda maior moeda de reserva e a segunda moeda mais transacionada no mundo, a seguir ao dólar dos Estados Unidos. Atualmente, 19 dos 27 países europeus fazem parte da chamada Zona do Euro, listados abaixo:
Países integrantes: Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, Eslovénia, Espanha.
O BRASIL E A ZONA DO EURO
Depois dessa breve introdução sobre a história do Euro, passamos a falar dos negócios entre o Brasil e os países da Zona do Euro, os números em 2019 e os principais produtos negociados.
No ano passado, a União Europeia foi responsável por 15,93% das exportações saídas do Brasil e 18,8% de tudo que importamos. Abaixo, mostraremos as principais mercadorias embarcadas e os principais parceiros comerciais.
O Brasil exportou para a Europa produtos de 3 principais setores: Indústria de transformação (farelos e celulose); Agropecuária (café e soja) e Indústria extrativa (minério de ferro), totalizando um valor em dólar de $35.896.150.034 em vendas.
Indústria de Transformação
Agropecuária
Indústria Extrativa
Outros produtos
Nossos principais parceiros comerciais foram a Holanda, com 28% das nossas exportações para a Europa, a Alemanha com 13% e a Espanha com outros 11%. A Holanda destaca-se com uma importação saída Brasil de plataformas de perfuração ou de exploração, flutuantes. Já a Alemanha foi nossa maior compradora de café não torrado e a Espanha de óleos brutos de petróleo, tornando nossas exportações bastante diversificadas.
Entrando agora nas importações, e União Europeia vendeu ao Brasil um total de $33.346.176.389 (valores FOB), basicamente produtos do segmento de indústria de transformação, em maioria medicamentos e petroquímicos, vindos da Alemanha, Itália e França.
Podemos notar que, apesar das exportações brasileiras serem mais diversificadas e mais valorosas que as importações, nós enviamos para a Europa produtos de menor valor agregado e importamos produtos mais tecnológicos e desenvolvidos, deixando visível a lacuna brasileira na indústria química e farmacêutica.
Indústria de Transformação
Blocos econômicos, como a União Europeia, fortalecem países pequenos que, juntos, tem melhor poder comercial do que teriam sozinhos, para negociar tanto com outros países quanto com outros blocos econômicos, reforçando a ideia que colaborar é uma boa maneira de prosperar.
Artigo escrito por Veridiana Giffhorn Mayer
Veridiana tem mais de 8 anos de experiência em comércio exterior, é formada em Relações Internacionais e pós graduada em Negócios Internacionais. Trabalhou em diversos segmentos de exportação e escreve para a ComexLand sobre comércio exterior e relações internacionais.
Links úteis:
https://europa.eu/euroat20/pt/a-historia-do-euro/
http://comexstat.mdic.gov.br/pt/home
https://europa.eu/european-union/about-eu/euro/which-countries-use-euro_pt