Brasil e Argentina – O Brasil pode agravar a fragilidade Argentina?
A fragilidade Argentina
A Argentina é considerado o país mais frágil da América Latina e está entre as 5 economias mais frágeis do mundo, também é considerado o país latino americano que gera menos confiança externa, após a Venezuela. Alguns fatores colaboraram com isso e até possuem alguns aspectos semelhantes com o Brasil. Como é citado abaixo:
- A desvalorização do peso em relação ao dólar, perdeu aproximadamente 53% (2018);
- A dependência constante do Fundo Monetário Internacional;
- A mudança constante de governo, consequentemente a mudança de estratégia e plano de governo. Exemplo: Um partido fecha o país, cria barreiras e protege a indústria, já o outro quando chega ao poder abre e tira barreiras;
- Não há planos e estratégias a longo prazo;
- Déficit na balança comercial, país importa mais do que exporta. Gerando mais restrição externa.
- Déficit público, valor das despesas do governo são superior a receita.Falta de confiança da população com o atual presidente.
A Restrição externa esta se agravando na Argentina, política de comércio exterior e monetária desfavorável, mercado fornecedor precário e restrição de mão-de-obra externa. Após a vitória do candidato Jair Bolsonaro e algumas declarações feitas por Paulo Guedes essa semana, o país esta ainda mais apreensivo.
3 possíveis soluções e suas consequências :
Existem 3 possíveis medidas que o governo pode tomar, porém isso gera drásticas consequências.
- Imprimir papel moeda, gera mais inflação
- Realizar mais empréstimos internacionais, pode ocorrer uma moratória futuramente.
- Aumentar a taxa de juros e elevar impostos, a Argentina já possui impostos e taxas altas assim como o Brasil.
O que esperar em 2019 com o novo governo Brasileiro?
O presidente da Argentina Mauricio Macri felicitou a vitória de Jair Bolsonaro, e disse que espera que Brasil e Argentina possam trabalhar juntos, para o bem-estar de ambos os países.
Porém, o cenário amistoso mudou um pouco, e deixou a Argentina apreensiva e agitada após uma entrevista de Paulo Guedes (representante econômico do futuro presidente Jair Bolsonaro) a um jornalista argentino. Guedes, afirmou que nem o Mercosul e nem a Argentina serão prioridades para o Brasil, uma vez que o país precisa comercializar com o mundo inteiro.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina, e a Argentina ainda considera convidar Jair Bolsonaro para a reunião do G20 que ocorrerá nos dias 30/11 e 1º de dezembro deste ano em Buenos Aires.
O que chama a atenção também é o ministro da casa civil escolhido por Jair Bolsonaro afirmar que o primeiro país a ser visitado pelo futuro presidente será o Chile (considerado rival da Argentina), e dessa forma quebra o paradigma que a Argentina sempre é o primeiro país visitado pelo Brasil.
“O Brasil ficou prisioneiro de alianças ideológicas e isso é ruim para a economia… Não seremos prisioneiros de relações ideológicas. Nós faremos comércio com o mundo todo.” – Paulo Guedes