Comércio Exterior de cacau
Dia Mundial do Chocolate!
Hoje, 7 de julho, é celebrado o Dia Mundial do Chocolate, por esse motivo o Blog da ComexLand traz esse artigo especial a respeito da matéria prima principal do chocolate: o cacau. Neste artigo você conhecerá os principais dados do mercado internacional de cacau, sua logística, perspectivas da área, e informações que visam melhorar suas negociações internacionais ou criar oportunidades para sua empresa explorar novos mercados.
História do Cacau no Brasil e sua comercialização atualmente
O cacau, fruto do cacaueiro, fez parte de diferentes histórias de civilizações antigas e já foi até chamado de “Fruto dos Deuses” num tempo antes da criação do chocolate, quando o fruto era utilizado para fazer bebidas (semelhante ao café) como oferenda aos deuses.
O estado brasileiro que mais produz o cacau é a Bahia, principalmente na cidade de Ilhéus, cuja produção de cacau é até hoje a base de sua economia. Isso porque o clima favorece a colheita e a cidade está localizada de maneira estratégica para favorecer a logística de exportação do fruto via modal marítimo. Além disso, todos os anos, fazendeiros abrem as porteiras de suas fazendas para visitação de fãs, entusiastas, historiadores e, é claro, negociadores nacionais e internacionais.
Com o grande potencial baiano, o Brasil já esteve entre os 3 maiores produtores de cacau, mas, infelizmente, no início da década de 90 a indústria cacaueira foi atingida pela “doença da vassoura de bruxa”. Mesmo boa parte da produção migrando para o Pará, que demonstrou excelente capacidade produtiva e clima mais favorável (por não sofrer secas), até hoje o país não conseguiu recuperar sua colocação e caiu 4 posições no ranking de produção mundial.
Comércio Exterior de cacau
Dados da importação e exportação de cacau
No primeiro semestre deste ano (2021) o cacau em bruto (ou torrado) ficou em 22º lugar no ranking de produtos mais exportados do setor agropecuário e 8º lugar em produtos mais importados. Como esperado, os principais estados exportadores foram: Bahia (81,5%), Pará (16,5%) e São Paulo (2,029%). Ano passado a participação dos estados do Amazonas, Rondônia e Santa Catarina também foi notável.
Os principais destinos do cacau brasileiro no primeiro semestre foram Países Baixos (Holanda), França, Suíça, Bélgica, Japão, Argentina e Estados Unidos. Em 2020 houve também a participação também de Porto Rico e Austrália.
A logística do cacau
Com o Módulo de Big Data na plataforma da LogComex é possível obter informações a respeito dos dados de embarques de cacau dos últimos 12 meses, confira:
- Principais NCMs utilizadas para o cacau:
18010000 – CACAU INTEIRO OU PARTIDO, EM BRUTO OU TORRADO.
18020000 – CASCAS, PELÍCULAS E OUTROS DESPERDÍCIOS DE CACAU.
18040000 – MANTEIGA, GORDURA E ÓLEO, DE CACAU.
18050000 – CACAU EM PÓ, SEM ADIÇÃO DE AÇÚCAR OU DE OUTROS EDULCORANTES.
18061000 – CACAU EM PÓ, COM ADIÇÃO DE AÇÚCAR OU DE OUTROS EDULCORANTES.
- Principal modal: Marítimo.
- Principais armadores que transportam o cacau em todos os NCMs citados: Hamburg Sud, Hapag-Lloyd, Maersk, Log-in, ONE e MSC.
- Negociações: 72,76% dos embarques foram negociados diretamente com os armadores.
- Quantidade: Considerando todas as NCMs citadas, nos últimos 12 meses (01/06/20 – 31/05/21) foram exportados 3.929 TEUS, segundo dados do Módulo de Big Data Exportação da LogComex.
- Principais rotas do cacau:
- VILA DO CONDE (Pará) com destino KOBE (Japão).
- SALVADOR com destino LE HAVRE (França), ROTTERDAM (Holanda) e Antuérpia (Bélgica).
- SALVADOR com destino BUENOS AIRES (Argentina). SALVADOR com destino PHILADELPHIA (Estados Unidos).
- SANTOS com destino PHILADELPHIA (Estados Unidos).
Gráfico das rotas mais utilizadas para exportação sob a NCM 1801 – Módulo Big Data Exportação, últimos 12 meses (01/06/20 a 31/05/21).
Explore mais detalhes na plataforma da LogComex
Cenário mundial
Em razão da crise provocada pela COVID-19, o consumo de chocolate caiu a nível mundial, no Brasil a queda foi percebida tanto nas importações (9,6% no primeiro semestre do ano) como nas exportações (35,3% no primeiro semestre do ano).
Os principais exportadores de cacau são Gana, Costa do Marfim e Holanda (Países Baixos). Atualmente, os estados brasileiros produtores compram grãos de cacau principalmente dos países do leste da África para processamento interno, que pode resultar na venda do produto acabado no mercado nacional ou internacional.
Leia mais: Como é o comércio de chocolate no mundo?
Tecnologia e Sustentabilidade
Os compradores de cacau, a exemplo do Grupo Ferrero, das marcas Nutella, Kinder Ovo e Ferrero Rocher, estão cada vez mais engajados em causas sustentáveis, para isso, utilizam da tecnologia para rastreamento dos grãos de cacau desde a produção até o consumidor final, visando (1) evitar a deflorestação, (2) prevenir e combater o trabalho infantil nas zonas de produção, (3) estimular o empoderamento feminino e a redução da desigualdade de gêneros, (4) reduzir a emissão de poluentes e, assim, (5) implantar uma cadeia 100% sustentável. A Mondelez também se comprometeu até 2024 a ter 100% de sua produção oriunda de fonte sustentável.
Potencial brasileiro na indústria do cacau
Mesmo com as adversidades das quais o Brasil tenta se recuperar pouco a pouco, o país foi oficialmente reconhecido em 2019 pela Organização Internacional do Cacau (ICCO) como país exportador de cacau 100% fino e de aroma, que possui alto valor agregado.
Atualmente, o processo de produção do cacau para exportação é a granel (ou “Bulk”), com baixo valor agregado e se dá da seguinte forma: plantio, colheita, fermentação, secagem, armazenamento, limpeza e torragem.
No entanto, é sabido que o Brasil possui grande potencial para aumentar sua produção e exportação, principalmente no que diz respeito a agregar valor ao produto e vender com valor até 3 vezes maior (de acordo com estimativa do Banco Mundial) a outras nações, que muitas vezes compram a matéria prima para produzir chocolate, licor, manteiga, pó, suco etc. e reexportar.
Lembrando que a indústria cacaueira movimenta milhões de dólares em toda sua cadeia produtiva, gerando emprego, renda, atraindo investimentos estrangeiros e, consequentemente, reduzindo a pobreza das regiões produtoras.
Espera-se que até 2024 a produção brasileira seja impulsionada por incentivos governamentais para a região norte do país.
Leia mais:A importância de agregar valor ao produto para o comércio internacional
Amplie seus resultados na exportação de cacau
A internacionalização do cacau é um excelente negócio para empresários e produtores rurais, para isso é necessário uma boa pesquisa e análise de mercado que impulsione as vendas.
Artigo escrito por Kauana Pacheco para a LogComex
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