Como o Toyotismo pode se aplicar no comércio exterior?
Na primeira experiência de cada profissional no comércio exterior, poderia ter um manual de como evitar erros, com milhares de dicas, desde ter atenção até a peculiaridade de cada cliente, porém sabemos que na prática só aprendemos fazendo – e errando.
Os erros são temidos no comércio exterior, geram multas, taxas extras para retificação, altos valores de armazenagem e muito desespero dentro das empresas. Mas se erros são necessários para o conhecimento, há alguma forma de suavizá-los? Ou reduzir suas consequências?
O sistema Toyota de produção, foi um sistema de produção criado após a segunda guerra mundial com o objetivo de otimizar a produtividade e eficiência das operações da Toyota no Japão, foi chamado de Lean Manufacturing, ou seja, manufatura enxuta.
Hoje, esse sistema é considerado uma filosofia e é aplicado em diferentes segmentos, reduzindo desperdícios em empresas, desperdícios não apenas de materiais, mas de tempo, de capital e de recursos. Os principais objetivos são: Erro zero, melhoria contínua, flexibilidade e relacionamento.
Mas o que essa técnica de produção tem a ver com o dia a dia do comércio exterior?
Assim como em uma operação de importação e/ou exportação podem ocorrer adversidades e diferentes estratégias de embarque para embarque, o modelo Lean, acredita na obtenção de recursos corretos, no local correto, na quantidade correta, minimizando o desperdício, sendo flexível e aberto a mudanças.
No Toyotismo, é investido na qualificação dos funcionários da empresa de todos os níveis e departamento, para cada etapa existe um supervisor que deve fiscalizar e atender as dúvidas da equipe.
Com treinamento e capacitação da equipe e supervisão constantes de funcionários que possuem mais conhecimento, erros são reduzidos drasticamente em emissões de documentações, escolhas de fornecedores, logística inadequada ou não cumprimento da legislação.
Atividades que não otimizam a operação devem ser eliminadas, estamos falando de capital, recursos e custos. Muitos são os custos gerados por um erro, a solicitação de revisão de uma informação em determinado documento, por exemplo, é um custo que poderiam ter sido evitado no início da operação. Por isso, nesse método, o erro deve ser encontrado e a solução aplicada na sua origem, para que não se repita.
Sempre deve haver iniciativas de melhoria na operação, para isso é importante a motivação de cada colaborador para otimizar processo e reduzir erros, na área do comércio exterior é inaceitável que a empresa ou o profissional se acomodem, ambos devem se manter em constante evolução.
Como as operações no comércio exterior são incertas, ou seja, adversidades podem ocorrer, a flexibilidade da empresa e de seus colaboradores deve ser essencial, a flexibilidade é capaz de solucionar problemas com mais facilidade e com redução de tempo.
Em operações engessadas, onde o funcionário não tem liberdade para tomar decisões, há maiores custos e maior tempo demandado para a solução do problema, é primordial que o profissional possua a confiança da empresa e autonomia para a realização de suas tarefas no dia a dia.
Com a integração de toda a equipe na busca por desenvolvimento da empresa, é possível atingir melhores resultados, os gestores estão entendendo a importância de dar voz a todos da equipe, esse passo é muito importante para a inovação dentro da empresa.
Sendo ouvidos e tendo espaço para compartilhar suas ideias, os colaboradores passam a ter mais motivação na solução dos problemas diários e na criação de estratégias para redução de possíveis erros, desperdícios e melhora no atendimento.
Por fim, esse método acredita que devem ser criados relacionamentos duradouros com parceiros, pois eles compartilharão com a empresa o risco, os custos e a informação. E com os clientes deve haver personalização para deixá-los sempre fiéis à marca.
Para não errar no comércio exterior, a empresa deve possuir integração total com seus colaboradores, sempre mantê-los motivados a procurar melhoras e expor suas ideias, o cliente deve se sentir único, as parcerias devem ser sólidas e confiáveis e deve existir flexibilidade para a realização de cada processo.
Esse artigo foi escrito especialmente para a UxComex
Quem é Kauana Pacheco?
Profissional formada em Negócios Internacionais e pós-graduando Big Data and Market Intelligence, possui 6 anos de experiência em operações de importação e exportação. Escreve artigos sobre o mercado mundial, relações internacionais, desenvolvimento de equipes e tecnologia em comércio exterior.
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