Inflação em alta: qual é o rumo da economia mundial?
Nos últimos meses, estamos acompanhando diversas oscilações na economia brasileira que prejudicam, sobretudo, o consumidor final. A inflação altíssima está fazendo com que produtos básicos alcancem recordes históricos de preços, assim como a taxa de juros básica da economia (Selic) vem aumentando na tentativa de frear a inflação e já atingiu 12,75% ao ano.
Diferente de outros países, que estão sofrendo com a inflação “apenas” do último ano para os dias atuais, o Brasil já possui um forte histórico de elevação dos preços. De março de 2017 a março deste ano o real perdeu 31,32% de seu valor e poder de compra. Ou seja, com o mesmo valor agora nós compramos apenas um terço do que compraríamos em 2017.
Dois fatores de escala global vêm impactando fortemente as economias ao redor do mundo devido à globalização, que faz com que diversas ações que acontecem no local reflitam no global, sendo elas: os lockdowns na China para conter a nova onda de Covid-19 e a guerra na Ucrânia que ocorre desde o final de fevereiro.
Até mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI) já emitiu um alerta para o aumento dos preços pelo mundo, destacando a necessidade de políticas monetárias de juros para frear o avanço exacerbado dos preços. No ranking mundial, o Brasil já ocupa a terceira colocação dentre os países com a maior inflação, ficando atrás da Argentina e da Rússia, apenas.
Grandes potências, grande inflação
Entretanto, a crise é de fato de escala global, economias bem consolidadas como a dos Estados Unidos, maior do mundo, vem sentindo a maior inflação dos últimos 40 anos, 8,5%, valor registrado no mês de março. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é um dos principais fatores, pois afetou diretamente o mercado de alimentos e energia do país. Além disso, os lockdowns na China também interferiram negativamente na economia internacional.
Assim como no Brasil, os Estados Unidos sentiram o impacto no preço da gasolina, que saltou 18,3% em apenas um mês, enquanto a energia subiu 11% e os alimentos tiveram alta de apenas 1%. Para tentar diminuir a crise do petróleo, Joe Biden fez liberação de petróleo da história para tentar diminuir o valor dos combustíveis e o comitê monetário do banco central americano, assim como o Brasil, segue aumentando a taxa de juros. No entanto, a taxa de juros no Brasil hoje é de 12,75% e a dos EUA, 2% (subiu 0,5% este mês).
Em quinto lugar vem a China, cujo índice de preços ao produtor da China (PPI) subiu 8,3% em março, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas. Além do lockdown para conter a nova onda de Covid-19, o aumento nos custos de matéria prima foi um dos fatores determinantes para isso. Em seguida, vem a Zona do Euro, composta por 19 países que possuem economias tradicionalmente fortes. No entanto, o nível inflacionário do bloco atingiu 7,4% segundo a Eurotast (Gabinete de Estatística da União Europeia), maior valor desde 1999, quando o Euro foi adotado como moeda comum. Os produtos que mais sofreram com a alta foram o gás natural e os combustíveis.
Iara é graduada em Relações Internacionais e Comércio Exterior é produtora de conteúdo da página ComexLand, possui experiência de mercado na área comercial, de logística e importação.