O CAFÉ PELO MUNDO
Ficando atrás da soja somente, dentre as exportações de produtos agropecuários, os embarques de café seguem alcançando recordes em 2020. Estima-se que o Brasil, líder absoluto em produção, é responsável por 1/3 da produção mundial de café, uma média de 35 milhões de sacas (60 kg) anuais.
Outros importantes players em produção e exportação de café são: Vietnã, com cerca de 22% da produção, Colômbia com 12%, Indonésia 6% e Honduras, 4%.
O Brasil exporta duas espécies de café, arábica e robusta, confira as diferenças:
Há muitos anos o café desempenha uma importante função na economia brasileira, o Ciclo do Café que durou mais de 100 anos entre os séculos XIX e XX, foi um período fundamental para a consolidação do produto na nossa pauta de exportação, onde São Paulo e Rio de Janeiro eram os principais estados produtores e os EUA e os países da Europa eram nossos maiores mercados consumidores.
Atualmente, os Estados Unidos e alguns países europeus como Alemanha, Itália e Bélgica continuam sendo os principais importadores do café brasileiro e a região sudeste a principal produtora. De todo o café não torrado exportado esse ano, 75% foram produzidos em Minas Gerais, esse tipo de café é o de maior destaque nas nossas exportações.
Quanto ao café torrado, não tão expressivo quanto ao anterior, Paraná e São Paulo são os principais produtores, e EUA, Rússia e Japão os principais consumidores, tanto em 2019 como nesse ano.
E as importações de café?
Apesar de pouco relevantes, elas existem. No ano passado, o México exportou 97% de todo o café não torrado que entrou no Brasil, valor de US$166 mil, apenas. Esse ano, no entanto, o Brasil aumentou as aquisições e o México continua sendo o principal fornecedor, apenas nos oito primeiros meses do ano foram US$1,55 milhões, em seguida a Alemanha vem se destacando com US$1 milhão já exportado para o Brasil.
Já o café torrado, extratos, essências e concentrados de café possuem muito mais espaço nas nossas importações. A Suíça, líder em fornecimento desse tipo, foi responsável por 63% das exportações, valor FOB de quase US$30 milhões. França, Espanha e Itália aparecem logo em seguida.
Afinal, “sobra” café para o consumo interno?
Claro! As importações de café são uma forma de diversificação, mas o Brasil não precisa do mercado externo para suprir nossa demanda.
Por ser um país muito extenso e populoso, o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Quando se trata do consumo per capita, portanto, o brasileiro não está entre os principais consumidores. Uma lista divulgada pela Organização Internacional do Café (OIC), mostrou que os finlandeses são os maiores consumidores de café, seguido de outros países europeus. O Brasil ficou na 15ª posição nessa pesquisa com 5,8kg/habitante:
Apesar de parecer pouco, dados mostram que 98% dos lares brasileiros consomem café, a segunda bebida mais consumida nacionalmente, perdendo apenas para a água, a média são de 3 xícaras por pessoa diariamente.
Iara é graduanda em Relações Internacionais e Comércio Exterior. Produtora de conteúdo na página ComexLand com experiência de mercado na área comercial, de logística e importação.