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O Comércio Exterior Rodoviário

Essa semana foi comemorado em São Paulo o dia do caminhoneiro. O Brasil é muito dependente dos caminhões e da malha rodoviária, usando as estradas para escoamento de até 75% da produção, de acordo com pesquisa feita em 2018 pela Fundação Dom Cabral. O mesmo estudo mostrou que, entre 2001 e 2016, a frota de caminhões cresceu 84,3% (de 1,5 milhão para 2,6 milhões).

Além do volume de logística interna, o Brasil faz fronteira com nove países da América do Sul e tem 31 unidades da Receita Federal Brasileira para fiscalização dessas fronteiras. Cabe à Receita Federal, por meio dos servidores que atuam na aduana, promover o controle e a tributação das operações de comércio exterior, o gerenciamento de risco, a fiscalização, a vigilância e a repressão aduaneira nessas localidades.

Para auxiliar o trabalho das aduanas, foi criado na década de 1990 o Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre entre os Países do Cone Sul, tendo em vista a regulamentação de procedimentos e a padronização das normas internacionais e contempla os transportes ferroviário e rodoviário, incluindo no acordo os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Paraguai e Uruguai. Entre Brasil e Venezuela refere-se apenas ao transporte rodoviário e o mesmo ocorrerá com a Guiana, assim que for finalizada negociação que está em andamento. As determinações do ATIT permitem a circulação segura de bens e pessoas entre os países acordados, dessa forma, as normas do tratado preveem diversas documentações oficiais que devem ser portadas durante o transporte terrestre de mercadorias, o que facilita e agiliza o combate ao tráfico e contrabando.

Listaremos a seguir quais são as principais mercadorias desse modal, os maiores parceiros comerciais e o quanto esses valores influem na balança comercial, em dados de 2019. Todas as informações foram geradas no site do Comexstat, link no fim da página.

Começaremos listando as importações vindas dos países da América do Sul. Ano passado o Brasil importou cargas de 9 países diferentes, conforme a tabela 1, sendo que mais da metade das cargas vieram da Argentina, como podemos ver no gráfico 1. Se notarmos a tabela de produtos (tabela 2), constataremos que, dos 20 produtos mais comprados pelo Brasil, os argentinos foram responsáveis por enviar 13 deles, o Paraguai por outros 4 e o Chile com 3 produtos mais importados por empresas brasileiras, fechando a lista.

Os valores de todas as importações rodoviárias somados totalizam quase 8 bilhões de dólares americanos, responsável por, aproximadamente, 4% do total de 177,347 bilhões de dólares importados durante o ano de 2019.a27d24 87a4cf1afddc46e39f580fd103e3468a mv2

Tabela 1                                          Gráfico 1

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Tabela 2

Em termos de exportações, notamos que os maiores parceiros são a Argentina, o Paraguai e o Uruguai (gráfico 2), sendo que o número de países compradores de mercadorias brasileiras é maior em relação ao de vendedores, foram 11 ao todo, e valor total vendido foi de 5,5 bilhões de dólares americanos (tabela 3). Considerando tudo que o Brasil exportou em 2019, somamos um valor de 225,383 bilhões de dólares, fazendo com que o modal rodoviário seja responsável por cerca de 2,5% do valor total.

Como curiosidade, vale comparar os valores de negociação com a Argentina, enquanto compramos 4,6 bilhões de dólares, vendemos quase 2 bilhões, menos da metade do valor das importações. Além disso, na tabela 4, percebemos que os países compradores de produtos brasileiros são mais diversificados, nos 20 produtos mais vendidos, em comparação com os nossos países importadores. Por outro lado, a lista consta com apenas dois nichos de mercado, todas as mercadorias se encaixam no setor pecuário ou no de veículos.

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Tabela 3                                   Gráfico 2a27d24 222814db11d1407f9f54e9b686f52c85 mv2Tabela 4

Podemos concluir que, apesar de muito dependentes da malha rodoviária e do trabalho dos caminhoneiros, o comércio exterior via terrestre ainda pode crescer muito, assim como os negócios com os vizinhos latinos.

Deixamos aqui nosso agradecimento aos profissionais que tornam a logística terrestre possível!

Artigo escrito por Veridiana Giffhorn Mayer

Veridiana tem mais de 8 anos de experiência em comércio exterior, é formada em Relações Internacionais e pós graduada em Negócios Internacionais. Trabalhou em diversos segmentos de exportação e escreve para a ComexLand sobre comércio exterior e relações internacionais.

Lista de links úteis:

https://g1.globo.com/economia/noticia/por-que-o-brasil-depende-tanto-do-transporte-rodoviario.ghtml

https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/recinto-alfandegados/pontos-de-fronteiras-alfandegados-1

https://www.fazcomex.com.br/blog/america-do-sul-exportacoes-e-importacoes/

https://www.bizlatinhub.com/pt-br/importacao-exportacao-maiores-economias-america-latina/

https://fronteirometro.org.br/cargas-entrando-e-saindo-do-pais-modal-rodoviario/

http://www.antt.gov.br/cargas/arquivos_old/TRIC_Transporte_Rodoviario_Internacional_de_Cargas.html

http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral

Veridiana Mayer

Veridiana Mayer

Tem mais de 8 anos de experiência em comércio exterior, é formada em Relações Internacionais e pós graduada em Negócios Internacionais. Trabalhou em diversos segmentos de exportação e escreve para a ComexLand sobre comércio exterior e relações internacionais.