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Retrospectiva 2020 – Relembre tudo o que aconteceu no Comércio Exterior

No final de 2019 a ComexLand publicou um artigo citando novas regras do Comércio Exterior em 2020, entre elas estavam mudanças nos Incoterms, implementação do CCT Importação Aéreo e a aplicação do IMO 2020.

Como esperado, os armadores se propuseram a reduzir a emissão de poluentes em suas operações (de 3,5% para 0,5%). Para implementação dessa nova regra IMO 2020 armadores acrescentaram uma nova taxa nas tarifas de frete o “Bunker Adjustment Fee IMO 2020” que foi bem aceita no mercado.

O SERPRO já disponibilizou para testes o Controle de Carga e Trânsito (CCT) para o modal aéreo na importação desde abril, essa mudança deve ser observada atentamente por agentes de carga no próximo ano.

De tudo o que esperávamos no último ano, ninguém imaginava que o ano de 2020 traria um container de 40 HC FCL cheio de surpresas que trouxeram dificuldades, mas também novas habilidades de adaptação e superação para população, empresas e países.

Neste artigo vamos relembrar os principais eventos que ocorreram no Comércio Exterior no ano de 2020.


Durante o feriado lunar, época em que os chineses viajam para visitar seus familiares, as primeiras mortes de COVID-19 foram registradas em Wuhan na China, preocupando não só o país, mas todo o mundo. O feriado foi estendido com o objetivo de conter o vírus e o Brasil e o mundo sentiam os primeiros reflexos do COVID-19 para a cadeia global de suprimentos, uma vez que o gigante asiático contraiu sua produção (- 30%) e suas exportações (- 17,2%).

Na medida que o vírus se alastrava pelos continentes, vimos companhias de transportes cancelaram suas escalas na China, fábricas chinesas e transportadoras pararam suas operações e consequentemente houve a falta de insumos em indústrias no Brasil, portos e terminais asiáticos lotados e sem pontos de energia para contêineres refrigerados, bolsas mundiais em queda, moedas de países emergentes desvalorizadas e o medo da população.

Todos os fatores listados acima geraram um grande desequilíbrio entre oferta e demanda, causando ao longo do ano grandes dificuldades para players do Comércio Exterior conseguirem espaços em navios, fretes com valores exorbitantes, falta de contêineres e a cotação do dólar atingindo recordes históricos.

Devemos reconhecer a quantidade de alterações no regulamento aduaneiro que proporcionaram a desburocratização de muitas das atividades do Comércio Exterior, facilitação de entrada de produtos que combatem a COVID-19 e espaço para inovação nas operações.

Do dia para a noite, profissionais do Comércio Exterior se chocaram com a notícia que o SISCOSERV chegaria ao fim, alguns comemoram, outros lamentam o tempo e capital investido no sistema.

Quando o vírus chegou ao Brasil, diversas empresas do Comércio Exterior tiveram que se adaptar ao novo modelo Home Office e muitas trabalham dessa forma até o momento. Mesmo que com resistência, grandes eventos da área passaram a ser no formato digital e empresas aceleraram seu processo de digitalização no ambiente virtual, criando conteúdos em redes sociais e promovendo lives e proporcionando um Comex mais colaborativo.

No setor aéreo, companhias aéreas passam a utilizar espaço de passageiros para o transporte de cargas e voo charter se tornam frequentes para trazer insumos essenciais ao país. No setor marítimo, os portos continuaram funcionando normalmente, porém com diversos navios de quarentena na costa brasileira.

Os hábitos da população mudaram e com isso a balança comercial também mudou. Com o Home Office, as pessoas começaram a consumir mais alimentos como bolos, biscoitos, pães e pizza, dessa forma a importação de trigo aumentou significativamente, principalmente porque o país não estava na época de colheita. Além disso, o consumo online de bens e serviços aumentou durante 2020, registrando o melhor resultado no varejo. Profissionais precisarão trocar seus eletrônicos para fazer um Home Office de qualidade, ou até mesmo descansar assistindo sua série preferida em uma televisão maior, portanto a importação de eletrônicos também aumentou.

A alta na exportação de alguns commodities, como o arroz, soja, milho e a carne bovina trouxeram o aumento dos preços de itens da cesta básica no mercado interno, para combater o essa alta, o governo reduziu tarifas do Imposto de Importação de alguns desses produtos.

Enquanto países buscavam digitalizar suas moedas para evitar o contágio via a troca do papel, o Brasil no sentido oposto, criou a nota de R$200,00. O Banco Central justificou que a criação foi feita para atender ao aumento da demanda por dinheiro em espécie que se verificou durante a pandemia de Covid-19”.

As eleições americanas tiveram o recorde de votos (país onde o voto não é obrigatório), o provável eleito é Joe Biden que conseguiu a maioria dos votos. Com a candidatura de Biden, assuntos como proteção ao meio ambiente serão mais discutidos e a pressão será maior ao Brasil do que no governo Trump.

A China criou o maior acordo comercial do mundo, o RCEP (sigla em inglês de Parceria Econômica Regional Abrangente), que abrange quase 1/3 da economia mundial. Fazem parte do acordo: Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietnã, Austrália, China, Japão, Nova Zelândia e Coréia do Sul.

E assim acabou o ano…

Vencemos 2020 e mais do que nunca percebemos a importância da Logística Internacional e Comércio Exterior, por isso nós da ComexLand gostaríamos de agradecer imensamente o trabalho incansável e a adaptação de cada empresa e de cada profissional para vencer essa pandemia e continuar a movimentar nosso país, tanto na entrada quanto na saída de insumos necessários para a nossa nação. Muito obrigado e que venha 2021!

Artigo escrito por Kauana Pacheco para a UXComex Tecnologia

Kauana Pacheco

Kauana Pacheco

Kauana é formada em Negócios Internacionais e é pós-graduada em Big Data & Market Intelligence. Kauana é a fundadora da ComexLand, onde atua como especialista em marketing focado para empresas do Comércio Exterior e Logística Internacional.