Brasil e Israel: ENTENDA COMO A MUDANÇA NA EMBAIXADA INFLUÊNCIA O COMÉRCIO EXTERIOR

Entenda a confusão:

O estado de Israel considera Jerusalém como a capital indivisível, única e sagrada. Porém a Palestina também considera Jerusalém como sua capital. Esses dois povos vivem em conflitos religiosos, pois para ambas as religiões (Muçulmana e Judaica), Jerusalém é considerado um território sagrado. Portanto todos os demais países do mundo, com objetivo de não interferir nessa situação, decidiram não colocar embaixada nesse território.

Tudo estava tranquilo até a posse de Donald Trump, que mudou a embaixada do Estados Unidos de Tel-Aviv para Jerusalém e em seguida Guatemala fez o mesmo, o que causou revolta em alguns países árabes e da União Europeia.

Na última semana do ano, o chefe e primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu chega ao Brasil para alguns compromissos e para assistir posse de Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais os dois líderes se bajulam, o chefe de Israel afirma que o Brasil é grande potência e comemora a “nova era” que está por vir, enquanto Bolsonaro afirma que Israel domina áreas tecnológicas.

Mas essa visita e bajulação, só ocorre por um único ereal motivo: Antes de sua vitória, Jair Bolsonaro já havia declarado que mudaria a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém.

Jair Bolsonaro usa a justificativa bíblica para essa ação e decretou já no 2º dia de sua posse, também seguir os passos de Donald Trump e realizar essa mudança.

Historicamente, o Itamaraty sempre compactuou com a tese de dois Estados para palestinos e judeus no Oriente Médio, com Jerusalém sendo repartida como capital das duas nações. Entretanto, Netanyahu defende que a cidade sagrada seja exclusiva dos israelenses.” –Sputnik Brasil

Para todo o Oriente Médio essa atitude é considerada uma ofensa, uma vez que o Brasil não deveria interferir nesse conflito, o Egito já provou isso, quando cancelou uma viagem diplomática após a primeira declaração de Jair Bolsonaro, avisando que mudaria a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém e tal atitude pode gerar conflitos comerciais entre o Brasil e países árabes. O Irã também demonstrou revolta com o novo governo, como veremos em breve:

Influência no comércio exterior:

  • Atualmente o Brasil possui gigante relação comercial com o Oriente Médio, em 2017 as exportações para países árabes aumentaram 25%. É exportado commodities como soja em grãos e triturada, milho, minérios de ferro, carne de frango, totalizando superávit de aproximadamente 6 bilhões apenas entre Janeiro e Setembro de 2018. O Irã, principal parceiro do Brasil no oriente médio, já declarou seu repúdio a tal decisão: “não vai ajudar a paz, a estabilidade, a segurança e a recuperação dos direitos do povo palestino”.
  • Por outro lado, a balança comercial Brasil e Israel é deficitária, ou seja, importamos mais do que exportamos para o país, fazendo com que as negociações não sejam tão lucrativas para o Brasil.
  • Assim como a Guatemala obteve aproximação com o Estados Unidos após seguir os passos de Trump, o Brasil consequentemente também vai, porém a Guatemala é dependente do Estados Unidos, enquanto o Brasil é concorrente do país norte americano.

Essa aproximação realmente vai valer a pena?

Essa história tem algum lado bom? Sim, Israel preza pela democracia e liberdade enquanto países árabes não. Israel promete ajudar o Brasil com tecnologia e vai compartilhar com o Brasil soluções para distribuir água para agricultura familiar,escolas e hospitais no nordeste, o ministro da ciência e tecnologia Marcos Pontes vai à Israel para estudar esse conceito e futuramente aplicar em nosso país.

E aí qual a sua opinião sobre toda essa confusão? Você acha que o Brasil tem mais a perder ou a ganhar com toda essa história?

Quer saber mais sobre a relação do Brasil com outros países após a posse de Bolsonaro? Então se liga nessa série : Brasil + Países, é só clicar aqui embaixo:

Argentina

Venezuela

Estados Unidos

Chile

Quem é Kauana Pacheco ?

Kauana trabalha e escreve sobre Comércio Exterior e Relações Internacionais, residiu em St. Petersburg na Flórida, onde aprendeu a língua inglesa e teve a oportunidade de se inserir na cultura americana, e também pôde conhecer culturas de diversas partes do mundo.

Ama o mar, não é à toa que trabalha com importação marítima!

Aqui um pouco da vida pessoal, Instagram: @kaubp

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Kauana Pacheco

Kauana Pacheco

Kauana é formada em Negócios Internacionais e é pós-graduada em Big Data & Market Intelligence. Kauana é a fundadora da ComexLand, onde atua como especialista em marketing focado para empresas do Comércio Exterior e Logística Internacional.