Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Como está a Importação de vacinas para COVID-19 no Brasil?

3ab266 411c3c053bd6466ebc22b6c3082b91bc mv2

Ao longo da pandemia causada pela COVID-19, a ComexLand acompanhou o desenvolvimento das principais vacinas e seus insumos e a análise de tendências das importações para o Brasil e como se daria o transporte delas.

Finalmente, o momento tão esperado chegou e a vacinação contra o Coronavírus, encabeçada pelo Reino Unido ainda em 2020, já está acontecendo no Brasil e no mundo.

Porém com um grande desafio, os imunizantes precisam ser distribuídos para um contingente de, pelo menos, 5 bilhões de pessoas ao redor do planeta, numa intervenção logística sem precedentes. Essa operação já tem tamanho e duração estimados: 10 bilhões de doses devem ser aplicadas até o fim de 2022, segundo o estudo Delivering Pandemic Resilience, feito pela empresa de logística alemã DHL em parceria com a consultoria norte-americana McKinsey.

Como se deu o processo de desenvolvimento da vacina?

Assim que o vírus começou a circular no mundo, diversos cientistas e pesquisadores se reuniram com o objetivo de entender a doença (origem, transmissão, mutação, como se dá o processo de infecção e diversos outros fatores); compreendidos estes fatores, são realizados testes em animais para buscar uma resposta de imunização e, na sequência, em humanos, dividindo o experimento em 3 fases.

O último passo é a aprovação pelos órgãos reguladores de cada país, aqui no Brasil as vacinas precisam ser aprovadas e certificadas pela ANVISA para a distribuição em massa.

Atualmente, as vacinas aprovadas para distribuição no Brasil são a Coronavac-Sinovac (China) e a Fiocruz-Astrazeneca (Reino Unido). A vacina produzida pela Johnson & Johnson (EUA) também deve ser aprovada futuramente. As vacinas Pfizer (EUA) e Sputnik (Rússia), embora ainda não aprovadas, igualmente se destacam.

A vacinação no Brasil e no mundo

A Universidade de Oxford está mapeando em seu projeto “Our World in Data” todos as nações que já deram início à vacinação, bem como a quantidade de pessoas imunizadas, e pode-se perceber que muitos países ainda não iniciaram seus processos de vacinação, principalmente na África e Oceania.

Os principais países cuja população já está totalmente imunizada, ou seja, recebeu todas as doses necessárias da vacina são: Israel (25.6%), Estados Unidos (2,94%) e Dinamarca (2,54%). No Brasil apenas 0,02% da população está totalmente imunizada, no entanto, quando analisamos o ritmo da vacinação percebemos que o Brasil está avançando, atrás apenas de China, Estados Unidos, Reino Unido e Índia.

Segundo levantamento das secretarias de Saúde de estados e municípios, no Brasil, pelo menos 3,78 milhões de pessoas já receberam pelo menos uma dose da vacina, representando 1,79% da população do país.

Como é o Comércio Internacional de vacinas?

A pandemia da COVID-19 exigiu um planejamento e uma execução logística excepcional por parte de países, comparada a uma operação de guerra, uma vez que há urgência e demanda extremas sobre um produto que poderá salvar milhares de vidas.

Porém, importante destacar que além da própria vacina, mesmo que produzida no Brasil, ainda há a necessidade de alguns insumos que a compõe, tais quais água, estabilizantes, sais, proteínas, conservantes e o insumo mais importante para realizar a defesa do imunizante: o Ingredientes Farmacêutico Ativo (IFA), que o Brasil só consegue produzir apenas 5%, o restante precisa importar.

Além desses insumos, são necessárias agulhas e seringas, que para a vacina contra a COVID-19 devem ser de 3ml. Pensando nisso, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia anunciou em janeiro a redução da alíquota do Imposto de Importação a zero até junho, podendo tal medida ser prorrogada.

Quais países mais importam e exportam vacinas e insumos?

A Índia é conhecida como a farmácia do mundo, atualmente responsável por 60% da produção mundial de vacinas (não apenas contra a COVID-19). O país indiano e a China com suas enormes indústrias farmacêuticas estão sendo os maiores responsáveis pelas exportações do Ingrediente Farmacêutico Ativo.

O Brasil planeja produzir IFA o quanto antes, mas primeiro requer tecnologia e local adequado para essa produção. Se isso ocorrer, a partir do próximo semestre o país será capaz de produzir uma vacina 100% nacional.

Quais são as anuências necessárias para importar vacinas contra a COVID-19?

As vacinas que combatem a COVID-19 estão submetidas ao tratamento administrativo dado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ou seja, necessitam do registro e deferimento da Licença de Importação realizada pelo importador ou seu representante legal.

Considerando que muitas vacinas ainda não possuem registro de produto, a Importação será amparada pela Autorização para Uso Emergencial.

Para solicitar a licença são necessários os seguintes documentos: petição para liberação e fiscalização sanitária, Invoice, Conhecimento de Embarque, Laudo Analítico de Controle de Qualidade do Ingrediente Farmacêutico Ativo e Certificado de Liberação do Lote do Produto Acabado, Termo de Responsabilidade e Guia de Recolhimento da União.

Quanto o Brasil já importou?

Para analisar a Importação de vacinas prontas, podemos considerar 2 nomenclaturas: 3002.20.19 (para as vacinas não acondicionadas para venda) e 3002.20.29 (para vacinas acondicionadas para venda). A análise abaixo se baseou no segundo caso.

Segundo os dados apurados na plataforma Search, os principais importadores de vacinas para medicina humana nos últimos três meses foram: Fundação Butantan, Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, resultando em 232 registros de Importação e USD 195.705.151 (cento e noventa e cinco milhões, setecentos e cinco mil, cento e cinquenta e um dólares) FOB pagos pelo mercado na Importação destes produtos.

Quais os desafios logísticos na Importação de vacinas?

Armazenagem e distribuição das vacinas;

Do grupo de vacinas aprovadas contra a Covid-19, a vacina Astrazeneca/Oxford e Coronavac demandam temperatura entre 2ºC e 8ºC. A mais complexa de distribuir é a da Pfizer/BioNtech, que precisa ser transportada e armazenada a -70ºC. A maior parte das vacinas que constam do calendário de imunização nacional, como aquelas contra influenza, tuberculose e difteria, coqueluche e tétano, deve ser mantida em temperatura de refrigeração entre 2°C e 8°C. Já as vacinas para febre amarela e paralisia infantil precisam de armazenagem e transporte entre -15°C e -25°C. Portanto, será um grande desafio a adequação da estrutura logística brasileira, formada por galpões de armazenamento, caminhões refrigerados e salas de vacinação contendo refrigeradores e freezers, para armazenar a vacina da Pfizer, uma vez que o custo de um aparelho de refrigeração apropriado para estas ampolas pode chegar a R$ 120 mil.

Urgência e grande demanda por vacinas;

Por ser um produto cujo objetivo é preservar vidas, o tempo é outro grande desafio para os importadores de vacinas, isso explica por que quase 100% das Importações são realizadas no modal aéreo, segundo a plataforma Search da LogComex. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) afirma que para suprir a demanda de 7,8 bilhões de pessoas que hoje vivem no mundo seriam necessários 8 mil Boeings e 737 navios cargueiros cheios de doses até o final da pandemia.

Desafios governamentais da distribuição das vacinas;

Para os governantes, o maior desafio é garantir que sua população seja imunizada de maneira equilibrada com a venda para outros países e para que não falte suprimentos e insumos, ao passo que não exista desperdícios enquanto outras nações sofrem necessidades.

Plano de distribuição

Um dos grandes medos da população é a possível falta de vacina, para isso importante entender como se dá o plano de distribuição nacional.

Após a chegada da mercadoria no Brasil, nos principais aeroportos do país, a carga é transportada até armazéns para seu acondicionamento, o que é feito pela distribuição para as capitais do país utilizando modal aéreo e rodoviário. Tanto os aviões quanto os caminhões devem ser certificados pela ANVISA de que possuem condições de transportar a mercadoria.

Cada prefeitura mobiliza os veículos adequados para transporte do produto até os pontos de vacinação, devendo observar os grupos prioritários, começando por profissionais da saúde, idosos e idosos acamados, índios e pessoas com doenças crônicas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, forças armadas, trabalhadores portuários e de transporte e trabalhadores industriais.

A despeito da torcida e da expectativa dos brasileiros, a estimativa é que apenas em 2022 o Brasil possua doses suficientes para imunizar a totalidade da população.

Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco

Esse artigo foi uma parceria com a LogComex

Kauana Pacheco
Kauana Pacheco
Kauana é formada em Negócios Internacionais e é pós-graduada em Big Data & Market Intelligence. Kauana é a fundadora da ComexLand, onde atua como especialista em marketing focado para empresas do Comércio Exterior e Logística Internacional.