O que aconteceu em 2020 o que podemos levar como aprendizado para os próximos anos

Relembre o que aconteceu ao longo de 2020 no Comércio Exterior

Terminamos 2020 otimistas de que no próximo ano o equilíbrio da saúde e da economia voltarão a se restabelecer no Brasil e no mundo. Todos concordamos que esse foi um ano atípico, difícil, alguns sofreram com a perda de entes queridos, outros perderam seus empregos e muitos tiveram que se reinventar para conseguir se adaptar à nova realidade, chamada de “o novo normal”.

Neste artigo relembraremos alguns fatos importantes de 2020 e que podemos levar de aprendizado para os próximos anos na área de Comércio Exterior.

Necessidade de diversificação de mercado;

Esse ano passou tão rápido, mas muita coisa aconteceu! Talvez você nem lembre, mas no primeiro mês do ano, Estados Unidos e China assinaram um acordo de paz comercial, no entanto, com a notícia da COVID-19 e sua rápida disseminação na China, o clima amistoso se transformou em mais antagonismo entre os países.

Quando as fábricas fechavam na China para o ano novo lunar (o que depois acabou se estendendo visando conter a propagação da COVID-19), o Brasil já sentia dificuldades em suas fábricas em razão da falta de insumos básicos para a produção de bens, isso ainda sem ao menos um caso de COVID-19 confirmado no país.

Situações em que fábricas precisam pausar suas operações, operários são forçados a entrar em férias coletivas e muitos até são desligados nos levam a perceber o quanto dependemos do mercado externo, principalmente da China.

A diversificação de mercado é um assunto que já é debatido há anos no Brasil, mas mais do que nunca temos urgência em implementá-lo, e não apenas na compra de produtos, mas também na venda.

Para os próximos anos, este definitivamente é um dos ensinamentos que 2020 nos trouxe.

Frete Internacional e logística;

Um dos maiores desafios do Comércio Exterior durante a pandemia foi a logística: o valor das tarifas de frete chegaram em patamares históricos, a falta de contêiner, congestionamento e voos cancelados também preocupou (e preocupa) os players.

Isso nos mostra como o planejamento e a integração de setores dentro das empresas é imprescindível para que as operações e as vendas possam ocorrer sem interrupções, ainda que com os preços sendo repassados ao consumidor final e/ou o lucro reduzindo.

Desburocratização, inovação e tecnologia;

Quando o vírus chegou ao Brasil, empresas públicas e privadas adotaram o regime de Home Office, situação em que a tecnologia precisou ser uma grande aliada.

Nunca no Comércio Exterior houve tantas alterações no Regulamento Aduaneiro e tantas medidas de facilitação para operações aduaneiras, tais mudanças foram rápidas e eficientes para os players envolvidos. Alguns exemplos dessas medidas foram: aceite de documentos eletrônicos pela Receita Federal, redução da alíquota do Imposto de Importação para produtos que combatem a pandemia, simplificação do despacho aduaneiro para bens médico-hospitalares e primeiros testes do CCT no módulo importação aérea.

Ambiente digital;

A presença digital das empresas no Comércio Exterior durante a pandemia aumentou consideravelmente.

Empresas e profissionais promoveram lives, eventos, artigos, e-books, podcasts e muito conteúdo de qualidade em um ambiente colaborativo e virtual.

Esse ambiente de aprendizado e troca de experiências desenvolve profissionais com mais habilidades, mais atualizados e com maior bagagem de aprendizados em diferentes áreas.

Hábitos de consumo e e-commerce;

Com as pessoas em casa na maior parte do tempo, os hábitos de consumo mudaram de tal forma que a Balança Comercial foi afetada. Um exemplo interessante é que as pessoas passaram a consumir mais alimentos derivados do trigo numa época em que não havia colheita no Brasil, o resultado foi o aumento das importações dessa commodity.

Os brasileiros também passaram a consumir mais bebidas alcoólicas, comprar mais produtos de limpeza para a casa e mais sabonetes e outros itens de higiene pessoal.

Tudo isso com boa parte dos comércios fechados, o que levou os brasileiros a consumir de forma online; o comércio eletrônico teve um aumento muito significativo (70%) e, segundo estimativas, podendo faturar até R$111 bilhões.

A influência da agroexportação na economia interna;

Neste ano, vimos o preço de diversos alimentos aumentar, os que mais chamaram atenção foram o arroz e a carne bovina. Para entender o motivo da alta é preciso observar que a venda para o mercado externo cresceu, fazendo os preços internos aumentarem, conforme a lei de oferta e demanda sugere.

Para combater a alta nos preços, a alíquota do Imposto de Importação de algumas commodities, como arroz, soja e milho, foi reduzida.

A alta do dólar;

Entre 33 divisas estudadas, o real foi a moeda mais desvalorizada durante a pandemia. Isso ocorre porque em épocas de crise investidores internacionais retiram seus investimentos de países vulneráveis e aplicam em economias seguras, como é o caso dos Estados Unidos.

Isso gera um ciclo vicioso em nossa economia, pois com menos investimento há menos emprego, menos renda e mais pobreza na população. Portanto, o fato de o dólar estar alto é um indicativo sobre o qual devemos estar atentos.

Preocupação com o Meio Ambiente e acordos internacionais;

No início do ano, os armadores se comprometeram a reduzir a emissão de poluentes. Para implementação dessa nova regra os armadores acrescentaram uma nova taxa nas tarifas de frete, o “Bunker Adjustment Fee IMO 2020”, que foi bem aceita no mercado.

A preocupação com o Meio Ambiente está cada vez mais presente nas empresas e nas pautas internacionais e, com o novo governo de Joe Biden nos Estados Unidos, esse tema tende a ser ainda mais intenso para acordos entre o Brasil e o mundo.

E, por falar nisso, enquanto o Brasil não conseguiu ratificar o acordo com a União Europeia por motivos ambientais, a China criou o maior tratado comercial do mundo, o RCEP (sigla em inglês para Parceria Econômica Regional Abrangente), que engloba países da Ásia e Oceania.

  • E você? Consegue lembrar de algum fato marcante no ano que poderá levar para os próximos como um aprendizado? Deixe nos comentários!

Artigo escrito por Kauana Pacheco Kauana é formada em Negócios Internacionais e cursa pós-graduação em Big Data & Market Intelligence. É fundadora da página de conteúdo sobre Comércio Exterior, a ComexLand, onde escreve sobre Economia Global e Comércio Internacional.

Quem segue a ComexLand nas redes sociais recebe as notícias mais rápido:

Este artigo foi fruto de uma parceria com a Mainô Sistemas e também está disponível em maino.com.br

Kauana Pacheco

Kauana Pacheco

Kauana é formada em Negócios Internacionais e é pós-graduada em Big Data & Market Intelligence. Kauana é a fundadora da ComexLand, onde atua como especialista em marketing focado para empresas do Comércio Exterior e Logística Internacional.