Véspera de carnaval e o bloquinho do COMEX
E é quase carnaval!!
Época que o profissional de comércio exterior tenta incluir mais algumas horas dentro de um dia com 24 horas, trabalha na sua véspera o proporcional aos 4 dias de folga que terá, a visão embaça e a perna bamboleia, afinal, pra que beber quando se trabalha nessa incrível aérea que te entrega tudo o que um dia no bloquinho pode proporcionar.
Tudo está acontecendo nesse momento, e parece um pouquinho pior do que nos outros anos? Por que será? Talvez seja porque acumulamos alguns embarquezinhos… Ah é! O ano novo chinês! Depois teve o coronavírus também… MEU DEUS JÁ É MARÇO E EU TENHO EMBARQUE DE JANEIRO AINDA – A frase “A FÁBRICA VAI PARAR” nunca foi tão real.
Desesperos a parte, nesse texto vamos explicar como o nosso queridinho comércio exterior tem tudo a ver com o carnaval. Ele move a economia nacional e não são apenas turistas que chegam no Brasil para essa festa, mas sim contêineres e mais contêineres cheios de mercadorias para essa celebração.
A economia brasileira no carnaval.
A economia brasileira move bilhões de reais no carnaval e no período em que antecede, isso porque há muita produção de materiais para os desfiles das escolas de samba, produção de fantasias e abadás. Porém nem tudo é produzido nacionalmente, pelo contrário, nos últimos 20 anos a importação de artigos de carnaval da China para o Brasil cresceram 15 vezes,
Os principais produtos importados para esse período são fantasias, tecidos, pedrarias, penas, lantejoulas e glitter e principalmente a compra de matéria prima para personalização e produção brasileira.
Se tem uma coisa que brasileiro leva a sério, é o carnaval.
Provavelmente, muitos profissionais precisarão trabalhar nesse feriado, isso para agilizar as burocracias do comércio exterior e garantir que as cargas cheguem a tempo sem futuros prejuízos.
Porém, com o carnaval não se brinca. Para garantir que os artigos importados dessa celebração cheguem a tempo, os comerciantes que importam artigos para a festa carioca, afirmam iniciar seu planejamento em agosto, portanto não serão abalados por conta de atraso nos embarques pelo feriado de ano novo lunar, tampouco do afastamento dos chineses após o coronavírus.
Após o Brasil e China consolidarem sua parceria no acordo *BRICS,em 2006, as barreiras para importar do gigante asiático diminuíram consideravelmente, muitos comerciantes brasileiros passaram a importar adereços de celebração para a festa.
*BRICS: Conjunto econômico que fazem parte Brasil, Rússia, Índia, China e África do sul.
Mesmo existindo indústrias nacionais, as empresas locais não conseguem competir com os importados, mesmo considerando todos custos de importação.
Um fator que comprova isso é que o maior símbolo do carnaval de Pernambuco (sombrinha de frevo), não possui nenhuma indústria no estado, no ano passado 339 mil sombrinhas foram importadas via porto de SUAPE e outros terminais para a tradicional dança de carnaval.
A Nomenclatura Comum do Mercosul é 9505 (artigos para festas, carnaval ou outros divertimentos, incluindo os artigos de magia e artigos-surpresa). E são diversos exportadores que garantem a oferta desses itens para o Brasil, como como Hong Kong, India, Austria, Canadá e o principal, China.
As pequenas empresas brasileiras conseguem se destacar na conscientização com o meio ambiente ou customização. Na produção de imitações de pele animal, tecidos sintéticos e produção de materiais biodegradáveis, ou seja, que não se transformam em microplásticos, como é o caso de muitos glitters produzidos na China. Ou, na customização com frases e nomes personalizados em abadás e fantasias.
Artigo escrito por Kauana Pacheco para a UxComex
Criadora da página de conteúdo de comércio exterior, ComexLand, Kauana tem seis anos de experiência no comex, é formada em Negócios Internacionais e cursa pós graduação em Big Data & Market Intelligence