Importação de Medicamentos: O que não aprendemos com a pandemia
A Logística Farmacêutica nunca esteve no centro das atenções como no início do ano de 2020. O setor que já se encontrava em expansão desde 2018, teve uma crescente demanda nos últimos dois anos, seja em função da procura por remédios, produtos de higiene ou então pela tão esperada vacina.
E muito além da corrida em descobrir a vacina da Covid-19 cientificamente, também houve um enorme desafio a ser encarado pela logística farmacêutica: a disponibilidade e distribuição efetiva desses materiais dentro de um tempo calculado – e num colapso sanitário hospitalar nunca vivido antes.
Todos os processos foram realizados corretamente, e cada ponto crítico da etapa de importação foi analisado para evitar interrupção em um momento de necessidade. A convite do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo – SindusFarma, me reuni com diversos órgãos governamentais numa campanha no instituto Aliança Pró Modernização Logística de Comércio Exterior – Procomex , onde produzimos uma cartilha de orientações para processo de importação da vacina da Covid-19.
Dada a largada, tivemos dois meses intensos de trabalho para que a vacina ficasse, no tempo máximo 15 minutos, ou menos do que 15 minutos no aeroporto, e assim enviada, sem entraves, para o importador.
Com o objetivo de que esses gargalos fossem encontrados, alguns grupos foram divididos, e eu fiquei responsável por dois, o grupo de importação e o de retorno e embalagem vazia. Enquanto outros intervenientes do processo de importação trabalhavam para que tudo acontecesse muito rápido, e a carga já chegasse liberada na alfândega.
Para que essa cartilha fosse concluída com êxito, também participaram da iniciativa, a Receita Federal; Secretaria de Comércio Exterior -Secex; Confederação Nacional do Transporte- CNT; Anvisa; Agência Nacional de Aviação Civil – Anac; Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro – Sefaz RJ; Governo do Estado de São Paulo; Ministério da Infraestrutura; Associação Brasileira de empresas de Transportes Internacional Expressos de Cargas – Abraec; Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para saúde- Abimed; Associação Nacional das Empresas administradoras de Aeroportos – Aneea; Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo – Sindasp, Sindusfarma e a Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil -Jurcaib.
É notório que a pandemia foi um catalisador de mudança na logística farmacêutica e que o setor ganhou destaque no mercado, tornando-se um coeficiente fundamental no combate à pandemia, logo, ao retorno à normalidade da vida.
E eu sempre me pergunto: se deu tão certo com a vacina, por que não replicar para toda cadeia de medicamentos? Por que não contar com uma infraestrutura adequada para que esses medicamentos cheguem aos consumidores de maneira mais rápida e com custos menores?
Ressalto a importância de uma logística inteligente nos próximos anos – com menos chance de falhas, sem burocracias, com mais processos e estratégias eficientes, a fim de manter o objetivo que nos uniu na pandemia: oferecer insumos acessíveis para todos num curto espaço de tempo.
Esse texto foi postado originalmente no https://www.doisamaisfarma.com.br/